sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sentir medo é humano

Quando as pessoas são questionadas sobre quais são os seus medos, são poucas aquelas que dizem "Eu não tenho medo de nada". O medo faz parte do ser humano, é universal, não depende do tempo, do lugar, da idade. Ele é resultado da insegurança humana frente a uma situação ou frente a algo incerto, desconhecido e/ou arriscado.
Ao voltar no tempo, com o intuito de analisar o medo nas sociedades passadas, é possível perceber que ele sempre existiu. O homem da antiguidade clássica (greco-romana) tinha medo, por exemplo, da ira dos deuses, dos seus castigos; o homem da Idade Moderna, época das grandes navegações, dos mistérios do mar. No ser humano dos tempos atuais, esse sentimento de insegurança é frente aos assaltos, às balas perdidas, entre outros.
Além de não depender do tempo, o medo também não independe do lugar onde a pessoa se encontra. Um agricultor no Nordeste do Brasil tem medo das secas, que podem atrapalhar as suas plantações; um candidato à presidência dos EUA, de não ser eleito; um trabalhador industrial em Londres, de ser demitido, depois de tantos anos de trabalho.
Deve-se considerar também, que esse sentimento de insegurança está presente em todas as idades, apesar de que, geralmente, nas crianças, ele é mais forte. Na infância, o conhecimento do mundo ainda é limitado e as situações em que se deparam com o desconhecido são mais frequentes. Já na velhice, o ser humano viveu vários anos, vivenciou vários episódios tendendo a ser mais seguro.
Por isso, quando alguém diz que não tem medo de nada, pode até ser que essa pessoa pense que é segura de tudo, entretanto, na realidade, ela tem medo de sentir medo, ou seja, de sentir-se insegura frente a uma situação incerta e provavelmente, já deve ter se sentido assim alguma vez na vida. O medo pode manifestar-se frente a perigos reais, imaginários, relevantes, fúteis. Pode variar de pessoa para pessoa, de lugar para lugar, de período histórico para período histórico, de idade para idade. Porém, é certo afirmar que ele existe. Sentir medo é humano.